Encontros não marcados
Madrugadas, aparentemente silenciosas, são verdadeiras passarelas do samba, cobertas por foliões em plena agitação, serpenteando à noite, colorindo o sólido preto, acendendo luzes desvairadas que saltitam alegres pelas mentes em ebulição. Foram, assim, nas madrugadas, os encontros não marcados que tivemos… Éramos, completamente, desconhecidos; olhares não cruzados, sorrisos não trocados, estranhos até aquele momento. Seguíamos caminhos tão distintos que, pensar aquele encontro, seria loucura; no entanto, aconteceu. Atenta às palavras , tratei com doçura cada uma de suas intenções, sem permitir qualquer antecipado julgamento capaz de roubar a emoção do primeiro contato. Li, reli, interpretei, mas, especialmente, consenti; deixei ser quem quis. T al qual Arlequim, impulsionado pelas marchinhas carnavalescas, f u i bailando em seus contornos, nem sempre os mais apropriados para o tom da música, contudo, sem regras para os passos daquela dança. Tão livres e desimpedidos aquele...