Eu. Mulher.

Eu. Mulher. Quem eles dizem que sou? Isso importa? Vejam como ela se comporta! - exclamam. Por quê? Isso te interessa? Eu. Mulher. Soul . Desenham meu corpo, ressaltam minhas curvas, curvam-se à minha beleza e querem que eu me curve aos preconceitos: “não com essa roupa!” “você está louca!” “incapaz!” “você não aguenta” “preta” “puta” “vagabunda”… Parem! Minha cabeça não fica na bunda. Ouçam o que digo!… Eu sei, você não me aceita. Eu, mulher, tenho lutado através do tempo, não me importa seu reconhecimento, não é isso que quero; a luta que travo é por mim, por quem sou e por quem EU quiser ser, sem julgamentos, sem condenações por algo que não fiz. Luto pra ser gente. Luto. Pelas vozes caladas, violentamente, por aquele soco atravessado dos olhos à alma; estilhaços de dignidade caídos ao chão, misturados em suor e sangue. Mas, olhe – não para os pedaços de mim – olhe o inteiro que sou; inteiramente, livre! Verto rios em lágrimas adubando solos, plantando sementes; colho ...