"Esse não é um texto sobre saudade, é sobre ser e estar presente..."

...ela costuma ficar por ali, no quintal de casa, estendendo roupas no varal, dando milho às galinhas, molhando as verduras na horta ou só sentada mesmo na escada – nos dois primeiros degraus, pertinho do terreiro – descansando ou chupando uma laranja. De casa é perto, vou até ela uma ou duas vezes durante o dia, normalmente, pra gente papear, falar da vida cotidiana na roça, dos sonhos – meus e dela, claro – planejar viagens, falar das paquerinhas; ela me ouve com atenção, não importa se está lavando a louça ou fazendo pão, ela não perde o foco. É rápido: café tá pronto, cheiroso, o “pão de casa” quentinho e a manteiga fica toda derretida. Se o papo estava bom antes, agora é que não tem fim! Quando o relógio aponta as três da tarde, ela liga o rádio na Diocesana pra ouvir a oração, depois abaixa o volume pra não atrapalhar a conversa e a gente continua. Quando chega visita – eu acho que a visita chega naquela hora, porque sabe que tem pão quente e café fresquinho – ela logo convida pr...