Quisera eu poder falar do amor,
Mas este bandido fugiu de mim
E desde então uso de subterfúgios
Para que eu mesma possa fugir.
Já faz algum tempo que ele se foi.
Lembro quando me disse “adeus”,
Lembro da simultaneidade entre sua despedida...
...e minhas lágrimas.
Era tarde, sol tímido,
Fitou meus olhos pela última vez.
Com ar gélido e sofreguidão,
Balbuciou o fim, deu-me as costas e partiu.
Custou-me a compreensão do ‘não mais’:
Não mais tê-lo por perto,
Não mais tocá-lo,
Não mais senti-lo...
Acostumei-me a estar sem ele,
Acomodaram-se as lembranças,
Calou-se o sofrimento...
Das labaredas às cinzas, agora, espalhadas pelo vento.
Como viajante que, em busca de carona,
Acena à beira da estrada,
Mas ninguém o vê,
Cansei-me de acenos não correspondidos.
Sigo viagem e a cada passo
Mais se distancia o horizonte.
Do amor que tive, restaram-me acomodadas lembranças.
Do amor que terei (?), apenas algumas frágeis esperanças.
Valquiria Rigon Volpato
17 de janeiro de 2011
Que delícia ler essa poesia que tanto me faz lembrar....
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