"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa:"Eu sou lá de Cachoeiro..."

(Rubem Braga)

domingo, 25 de dezembro de 2011

Então é Natal!


A chegada do Natal é a primeira fase de conscientização de que o ano está chegando ao fim. Cachoeiro literalmente ferve, borbulha em dias de sol e calor. As férias, somadas ao desejo pelas compras de presentes, inunda as ruas e fica difícil andar pelas calçadas (não apenas por estarem transbordando pedestres, mas por estarem insuportavelmente esburacadas e apertadas, nada condizentes com o Plano Diretor Municipal ou com qualquer outra diretriz regulamentadora de calçadas (?). Certa vez quis escrever um artigo cujo título seria “Inimigas do salto alto” e, lógico, faria menção às calçadas, entretanto não o fiz... Providencialmente não o fiz, porque pensando melhor, o título seria quase que inadequado, restrito demais, se comprado ao tamanho da “inimizade” que as calçadas cachoeirenses têm em relação a qualquer tipo de pé e calçado, sem falar nas rodas das cadeiras de rodas. Cadeirante que precisar sair à rua vai encontrar muitos obstáculos). Mas é Natal! E as compras não podem parar, ainda que alguns “obstáculos” tenham de ser superados.

Estive com um amigo esta semana, amigo que há um tempo não o via e nesta oportunidade falamos sobre algo que também está aquecendo o cachoeirense, assunto que “pipocou” lá pelas bandas da Câmara Municipal. Prometi a ele que não falaria a este respeito (como de fato não farei), no entanto, ainda que num comentário raso demais para a profundidade do assunto, tenho a dizer que não é o “mais” que me desanima e sim o “menos”: Mais dinheiro para uns e menos dinheiro para outros. Justiça seja dita (porque feita ela já não é há algum tempo)... “De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a rir-se da honra, desanimar-se de justiça e ter vergonha de ser honesto” (Rui Barbosa). É o bastante. Encerro minha participação sobre o assunto.

Preparemos nossos corações, pois 2012 é ano político... E a gente pensou que não ia chegar nunca! A rotina dos finais de ano é, invariavelmente, a mesma e antes que fique para trás, aquilo que viveremos em outubro próximo, de certo que foi “degustado” na ceia de Natal (alguma surpresa? Nenhuma.). Todavia, a sabedoria popular sempre diz algo oportuno em momento oportuno, e havemos de saber que “a mudança que queremos deve iniciar em nós”, portanto, se tantas vezes repetimos, é porque nenhuma vez tentamos mudar. No próximo ano teremos a chance de fazer e ter algo novo, basta saber é se almejamos a mudança.

(Valquiria Rigon Volpato - Advogada)

Nenhum comentário:

Postar um comentário