Postagens

Mostrando postagens de 2015

Sepulcros caiados

Imagem
" Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia." (Mt. 23, 27) É preciso que haja indignação. Lamentável como uns e outros não reagem quando se deparam com mentiras e falsidades. Impossível não se sentir enojado com as tramas e tramoias que acabam por enredar o indivíduo e fazê-lo viver um “faz de contas” especialmente preparado, arranjado nos mínimos detalhes, com finalidades escusas e deslindes devastadores. As relações humanas têm perdido o visgo que certa vez as promoveu, que as mantinha não como as conhecemos atualmente, mas como no tempo em que ainda eram dotadas de respeito, ainda que minimamente. Perdeu-se o respeito. É trágico. Não se pode olhar cenário tão catastrófico sem que haja um abalo emocional interno, estopim de revolta e asco. Não se pode entender como normal, aceitável, tantas t...

Análise, conveniência ou desinformação?

Imagem
Anualmente, quando vejo a avaliação do Poder Legislativo cachoeirense no jornal fico decepcionada, porque, de forma lamentável, tornar-se perceptível a intenção “vexatória” que o plano de fundo da matéria traz consigo. Concordo que é preciso fazer mais, fazer melhor, elevar o nível dos debates, atentar-se ao rigoroso cumprimento das leis, fiscalizar atos do Poder Executivo, estar presente nas comunidades, NÃO como muitas vezes a população deseja - um Legislativo travestido de Executivo -, mas presença instrutora, que consiga desmistificar esse esteriótipo “desgraçado” de que vereador deve pavimentar ruas, colocar lâmpadas, patrolar estradas, construir muros, pontes, pagar contas, doar material de construção, comprar botijas de gás, limpar ruas, colocar placas, dar dinheiro para comprar o que quer que seja... Essas não, definitivamente, não são funções do Poder Legislativo. A “praga” instalada nesse conceito está no dito (sábio) da cultura empírica: “o uso do cachimbo põe a ...

A "grande pensadora contemporânea": Waleska Popozuda!

Para recordar análise feita à época da discussão sobre a "grande pensadora contemporânea" que figurou numa prova da matéria de filosofia. Ainda não havia publicado o comentário que fiz em postagem do amigo (cachoeirense) Sérgio Garschagen. Vamos, portanto, a ela na íntegra, conforme escrevi no Facebook: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/04/1437508-em-prova-professor-faz-provocacao-e-chama-valesca-popozuda-de-grande-pensadora.shtml Amigos, relendo a questão (fiz isso algumas vezes desde que o tema virou polêmica) devo admitir que (por favor não me crucifiquem) faz algum sentido (não a parte em que ela é chamada de pensadora contemporânea... mas será que não é? O cenário brasileiro atual está tão desse jeito que começo a questionar se Waleska Popozuda, Anitta, um pessoal do axé e outros do pagode não são mesmo os "pensadores contemporâneos"...). Vejamos: "Se bater de frente" é... é o que?! É só beijinho no ombro? Não, não me pare...

Uma 'questão' de publicidade...

Lendo acerca da “polêmica” sobre o aluno Francinaldo, de 16 anos, que fizera espécie de brincadeira no corpo da redação exigida pelo ENEM 2014, cujo tema era “publicidade infantil em questão no Brasil”, observei diversos comentários. Algumas análises, como as do INEP e do próprio Francinaldo, prederam minha atenção, não exatamente pelo fato da crítica, mas por me parecerem muito preocupadas com o desmerecimento e pouco com a lógica, sim, a lógica pretendida, ao meu ver, pelo exame aplicado. O tema proposto buscava dar alerta sobre a publicidade infantil, que se difere das outras chamadas de marketing, isso porque crianças são mais sensíveis a determinadas imagens e falas do que adultos. Não é novidade que o mercado de propagandas se vale de mensagens subliminares para capturar a atenção, assim, como quem não quer nada... Não se trata de paranormalidade ou qualquer outra coisa que pareça ser de outro mundo! Trata-se, tão somente, de estratégia daquele seguimento come...

Infelizmente, apenas discursos

A gente acaba se cansando dos discursos amargurados, desanimados, fatigados daqueles que, dia a dia, lutam para ser diferentes, mas terminam não conseguindo. Não se trata de um não conseguir movido pela inexistência da tentativa; não. Trata-se do não conseguir de origem externa, da dificuldade desumana de buscar vencer obstáculos e, pateticamente, ficar estagnado, como se força alguma tivesse sido feita. Discursos cansados, tentativas frustradas, esgotamento. Resta o olhar perdido, pairando sobre o desalento, sobre a materialização do desrespeito, da pouca colaboração, da desunião social. Perecebe-se, nitidamente, a concretização do individualismo frio, insensível às misérias coletivas. Textos abstratos, tais como este, cavucam no fundo do peito uma dor, uma saudade; saudade de incentivar a guerra contra o descaso, de erguer a voz ante o silêncio insoso de muitos... saudade de relatar fatos e não simplesmente angústias e desgostos. A gente acaba cansando dos discursos...

Por trás do silêncio...

Silenciar nem sempre significa inatividade. Por vezes o silêncio espelha apenas a indignação calada que os olhos capturaram, que a boca não foi capaz de verbalizar e até mesmo a escrita, com sua magnitude, não pôde sintetizar. É cruel aceitar que o silêncio acaba imperando nas situações em que, certamente, o grito seria a melhor opção. Gritar parece fácil e quando se pensa no alto som da voz, a impressão é a de que alguém ouvirá. Como não escutar o brado, ainda mais alto e dolorido partindo de dentro, de onde nasce o desespero por ver, ouvir e não conseguir falar? Contudo, a pior das constatações está na insensível realidade, na malévola atitude pálida e insossa da inoperância, das respostas medíocres, da despreocupação proposital culminada no riso hipócrita do “infelizmente não há o que fazer”. Como admitir isso? Como aceitar a negativa como única opção? Como viver o caos e acostumar-se a ele? Quando alguém emudece não se pode, simplesmente, pré julgar e apenas concluir: “ficou ...