"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa:"Eu sou lá de Cachoeiro..."

(Rubem Braga)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Quebrem a perna!


É e sempre será fascinante ver o Teatro Rubem Braga cumprindo seu papel de expositor das artes cênicas! O IV FACCI – Festival de Artes Cênicas de Cachoeiro de Itapemirim – teve início no último dia 17 com a peça “O Burguês Ridículo” (que assisti pela segunda vez). A sensação de programar-se durante o dia para ir ao teatro é de “encher os olhos”, causa ansiedade, faz pensar como seria bom se ao invés de uma semana, fossem várias semanas de apresentações. Como seria bom se nos déssemos conta de nossa natureza artística e assumíssemos, de uma vez, esta doce herança!

Infelizmente, apesar de tudo aquilo que já sabemos a respeito da música, literatura e claro, teatro, sabe-se, também, que o cachoeirense não está acostumado a esta rotina. Triste isso, porém recuperável, sem dúvida, afinal, “nunca é tarde para começar ou recomeçar”. O incentivo da Lei Rubem Braga teve participação evidente e decisiva no que tange a possibilidade de execução do projeto que segue até o dia 23 de março. A gratuidade dos ingressos facilita o acesso e oferece ao público grande chance de prestigiar os espetáculos, que dispensam comentários sobre sua qualidade.

A vontade que tenho é de seguir este artigo dizendo sobre a importância e necessidade de expandir os horizontes cênicos de nossa cidade; destacar um pouco mais o potencial meio aparente, meio escondido, de tantos artistas cachoeirenses. Gente que interpreta, que canta, que toca, que escreve, que declama, que encena. Ah, que vontade de dizer sobre, quem sabe, outro festival, em que estariam reunidos a musicalidade de nossas bandas, a docilidade de nossos poetas, a coragem de nossos atores. Sim! Aqueles que muito ou pouco conhecemos! Vontade que dá de usar este espaço para pedir ao Prefeito e à sua Secretária de Cultura que pensem a respeito, que estudem a possibilidade, que ofereçam ao público a oportunidade de se mostrar...

...vontade... Essa vontade que não passa; essa vontade que me consome; essa vontade que me obriga; essa vontade que me castiga; essa vontade (tantas vezes) reprimida; essa vontade que não é só minha, essa vontade se propaga... acho até que é a mesma “Vontade” que teve Newton Braga. Vontade, desejo, querer. É só o que temos (por enquanto). Já dizia minha avó: “quem diz a verdade não merece castigo”. Ainda bem que não sou do tipo que diz mentiras, nem insanidades, só digo minhas (incontroláveis) vontades!

Para os artistas que ainda se apresentarão, resta-me apenas desejar que “quebrem a perna”! Desejar sorte é comum, mas quando se tem talento, sorte é adjetivo de quem, verdadeiramente, sabe executar seu ofício.

(Valquiria Rigon Volpato - Advogada)

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