O tema “coleta seletiva do lixo e
reciclagem” dificilmente entrará no rol dos assuntos “démodés”. Por certo, as
questões relacionadas à preservação do meio ambiente, cada vez mais em voga, vêm
atender os apelos de uma pequena parcela da sociedade que começa a enxergar os
rombos causados pela alta interferência do homem na natureza, explorando
irregularmente seus recursos e devolvendo a ela suas imundices.
Mundo afora são muitas as deficiências
no saneamento, na manutenção de ambientes saudáveis, no descarte consciente do
lixo e especialmente em seu reaproveitamento, isto é, reciclagem. Crimes
ambientais são cometidos todos os dias, no entanto o mais grave entre todos é
executado pela inexistente responsabilidade individual, que não deveria de modo
algum ter de ser cobrada, mas sim deveria fluir, tal como os afluentes de rios
e córregos que, ao contrário do que lhes é natural, estão sendo soterrados pela
covardia humana, agonizando na luta pela sobrevivência.
O quadro de descaso já foi pior,
admita-se, até porque houve um tempo em que os despautérios da devastação não
eram vistos como “prejudiciais”; falsa e idiota ilusão de que esbulhada a
natureza não se defenderia, não exigiria, a seu modo, novamente sua posse. Fato
“novo” nesta demanda possessória (em que o homem está em plena desvantagem de
direitos) é que, finalmente, há manifestações pela preservação (ainda que por
medo do agente causador do dano, que receia ficar sem “casa”).
Na última semana o município de
Cachoeiro de Itapemirim foi contemplado com dois prêmios SEBRAE – “Prefeito
Empreendedor”. O município concorria nas categorias “Crédito e capitalização”,
por conta do apoio ao programa “Nosso Crédito”, e “Formalização de Pequenos Negócios
e Apoio ao Empreendedor Individual”, pelas políticas públicas de apoio ao
empreendedor, como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. A grande notícia,
além até da premiação, é que a Administração está investindo em novas propostas
e se há iniciativa, há possibilidade de mudanças.
Cachoeiro ainda não possui
programa eficiente de coleta, separação, reciclagem e descarte adequado do lixo
que produz. Em 2008, assim que iniciei a publicação de artigos neste espaço,
reiteradas vezes sugeri que se fizesse mais em prol da questão “lixo”. Recente
edição do Jornal Nacional transmitiu o exemplo da cidade de Itu, em São Paulo , onde o
município conta com a coleta mecanizada, sendo, ao todo, 2,2 mil contêineres
espalhados pela cidade. O trabalho de recolhimento do lixo é diário. Lá existe
cooperativa para onde o material passível de reciclagem é destinado e, assim,
400 toneladas de “lixo” se transformam em matéria-prima para outros produtos. É
lixo gerando emprego e renda. São aproximadamente 160 mil habitantes naquela
cidade, famílias conscientes que separam o material de descarte em suas
residências e favorecem o ciclo de reaproveitamento, impulsionando a economia
do município, que corresponde, valorizando o empenho de seus moradores lhes
oferecendo serviço pleno, de qualidade. Inegavelmente é exemplo a ser seguido!
(Valquiria Rigon Volpato - Advogada)
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