Na última sexta, 15, o portal de
notícias do G1 lançou matéria sobre possível caso de “criogenia”.
Resumidamente, a reportagem dava conta de que o Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul decidiu a favor de filha que deseja enviar o corpo do pai para os
EUA, a fim de que lá possa ser “congelado” e preservado a baixíssimas
temperaturas até que, em momento futuro, possa ser reanimado (ou não?!), isto é,
trazido novamente à vida. O embate judicial se dá face às outras duas irmãs,
que querem ver o corpo do pai devidamente sepultado no cemitério de Canoas,
cidade onde vivem. A filha, vitoriosa até então, já gastou aproximadamente 95
mil reais para cumprir com o que ela chama de “atendimento ao pedido de seu
falecido pai” (enquanto estava vivo, claro!), que versava justamente sobre a
possibilidade do congelamento. Inegavelmente, estamos vivendo “tempos
modernos”!
Antes de adentrar a polêmica do assunto,
cabe dizer que o termo correto a ser utilizado para determinar a preservação a
baixas temperaturas de humanos ou mamíferos com o objetivo de serem reanimados
no futuro é “criônica”, que não é considerada como uma parte da “criobiologia”,
vez que continua dependente, em grande parte, de especulações de tecnologia
futura que pode ou não ser inventada, apesar de perseguida há tempos.
De fato o assunto é polêmico. Colocado
para debate em minha página no Facebook,
alguns amigos opinaram a respeito e já que estamos na Era do “compartilhar”,
portanto, compartilho: “No
Egito antigo, os reis e seus filhos eram embalsamados e depositados em grandes
templos. A técnica era tão perfeita que muitas múmias permanecem intactas até hoje...
É o desejo da imortalidade, jeito de tentar driblar a morte – agora sobre nova
roupagem” (Maria Elvira Tavares Costa).
“O
ser humano está muito aquém das leis que regem o universo... Isso aí, para mim,
é utopia!” (Alex Cardoso).
“Assunto
quente, quer dizer, gelado esse... De dar calafrios! O que irão debater os
juristas, cientistas e teólogos sobre a criogenia é algo a se pensar desde já,
uma vez que a questão é polêmica e já é pauta. De um lado a humanidade, desde
os primórdios, buscando a vida eterna, criando deuses imortais à sua imagem e
semelhança, de outro, cientistas prolongando a expectativa de vida da população
que, ironicamente, fica mais jovem a cada cirurgia...” (Roney Moraes).
“Escreveu
Maria Elvira: “No Egito antigo, os
reis e seus filhos eram embalsamados e depositados em grandes templos. A
técnica era tão perfeita que muitas múmias permanecem intactas até hoje”. E
passeiam pelos corredores do Congresso Nacional, pois são chegadas ao poder,
como ex-faraós”. (Sergio Garschagen). Que se registre: merecia artigo
próprio o comentário bem humorado e verídico de Sérgio, sobre as “múmias
brasilienses”! Em oportunidade vindoura, que não faltará, prosseguiremos nesta
outra visão um pouco menos “científica” sobre o caso, porém de olhar igualmente
clínico...
Sempre buscando a “vida eterna”. A
preservação do corpo, como bem mencionou Maria Elvira vem seguida da “utopia”, vista
pelo colega Alex Cardoso. Trata-se, grosso modo, de um complemento, uma equação
sem resultado. A criônica quer congelar e estudar a possibilidade de trazer à
vida (outra vez). Num panorama biológico parece ser “possível”. Mas como ficam
as crenças religiosas? E se em longo prazo a máquina humana voltar mesmo a
funcionar? Isso nos daria um novo campo de visão; mudaria nossos costumes.
Teríamos um novo fato social pronto para modificar leis e pensamentos.
Interessante ponderar que o congelamento também pode ser tratado como espécie
de sepultamento, ainda que o objetivo seja a “ressurreição”, a saber, que nada
prova ou diz que um dia poderá acontecer...
Trabalha-se, assim, com o hipotético, o
temerário, o “será?”, mas nem por isso o assunto é visto como aberração. (In)
felizmente a humanidade caminha (com largos passos) para um futuro que
desconhece e que quem sabe (?) não possa controlar. As conquistas do homem o
coroam como ser superior racional e produtivo, mas não parece (nunca) ser
suficiente... Sua infindável busca será sempre o desejo de não ser “só”
homem... O desejo de ser “deus”...
(Valquiria Rigon Volpato - Advogada)
Parabéns Val, você conseguiu encaixar todos os comentários de forma inteligente no seu texto! Excelente ponto de vista nesse assunto tão complicado que mexe com o íntimo da alma (que para mim existe e é totalmente desconectada do corpo após a morte) humana.
ResponderExcluirOS FARAÓS acreditavam-se divindades em forma humana, exatamente como o Sir Ney. As 7 pragas do Egito foram mandadas por Deus até que o povo judeu fosse libertado da escravidao, mas o faraó se perguntava: "Que Deus é esse que ousa me desafiar, já que eu sou divino?". Aguardo o dia em que outras sete pragas devastem as propriedades do Sir Ney, até que ele libere o povo maranhense da pobreza.
ResponderExcluirAnonimo nada, Sergio Garschagen
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