"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa:"Eu sou lá de Cachoeiro..."

(Rubem Braga)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Meu pão, seu café


Para quem gosta de observar detalhes e aprecia aquela “síntese do cotidiano”, qualquer pingo é letra, qualquer risada é crônica e uma frase inesperada se transforma em título para uma composição, assim, como esta! Sou do tipo que observa o simples, que encontra nas “pequenezas” as grandezas, que até nos trocadilhos se inspira para rimar. E isso faz bem. Ao menos a mim faz.

O ano, que não está mais começando, porque junho já nos deu as boas vindas, é eleitoral. Cachoeiro não é um grande centro, mas é a maior cidade do sul do estado e a contraposição que isso nos causa é muito interessante. Para os mais chegados, costumo dizer que Cachoeiro se recusa a assumir sua maioridade. Ainda existe em nós muito daquela sensação de encontrar todos os dias, inevitavelmente, alguém para dizer “oi”; bucolismo de cidade miudinha do interior, que não condeno, muito pelo contrário, gosto. Sinto-me em casa. Mas o “causo” não é esse!

Numa pequena grande cidade como Cacheiro, a movimentação e especulações políticas se tornam assunto constante e não se pode recriminar ninguém por isso. Melhor assim, que se discuta, afinal, o tema é vasto e outubro está logo ali. Fervilham os pré-candidatos e seus partidos. Quem serão os elegíveis? É nesta vertente de comentários que passo a cumprir com meu “dever” de observadora. O ex-prefeito, atual presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), declarou na última quinta-feira, 31, que não, não, não, não, ele não será candidato a prefeito de Cachoeiro de Itapemirim. Pois é. Ferraço não estará na disputa, o que causa certo “furdunço” na pequena “Sucupira”... Se Odorico, quer dizer, Theodorico, não será candidato (por que “preferia que fosse um nome novo a ser experimentado”, como citou em matéria online deste jornal? Difícil saber.), as possibilidades de outros candidatos aumentam vez que, de fato, votos que se direcionariam a ele, terão de ser rateados entre outros e aí, salve-se quem puder (da falta de votos ou do “Zeca Diabo”!).

Negócio mais “bobo” em ano de eleições é repetir aquela velha filosofia do “preste atenção em quem votar. Verifique a vida pregressa do seu candidato. Examine quem é e o que pode fazer... por você?”... Lógico... que NÃO! Política não é feita para abranger interesses individuais. Aquele que merecer seu voto deve agir em prol da comunidade e estender o bem que quer para si a todos (ou pelo menos a uma maioria). Bons candidatos não se medem pela campanha mais bonita ou mais cara... Juízo eleitor! Juízo de ideias e de valores...

Possuir responsabilidade política é ser consciente de que assumir cargo de gerenciamento na Administração Pública é zelar pelo povo e lançar olhar igualitário para as causas periclitantes. É ser justo e firme no SIM ou no NÃO.

Na padaria, durante o café da tarde, o “meu pão, seu café” funciona muito bem, mas no dia a dia da gestão pública, meu pão é seu pão e seu café é meu café... E se assim não é, já diria minha avó Aparecida: “di certo que deveria ser”.

(Valquiria Rigon Volpato - Advogada)

Um comentário:

  1. Vou fazer meu comentário com um vídeo retirado do youtube.
    So sei que a partir de hoje não escolho mais candidato, escolherei somente partido. Não adianta eleger um candidato novo, se ele faz parte do mesmo partido que sempre teve representação.

    http://www.youtube.com/watch?v=tu_ca23eQQw&feature=player_embedded#

    ResponderExcluir