Culpados até que se prove o contrário
E tem como escrever sobre algo que não
seja Eleições 2012? Claro que tem! Mas o assunto está em voga e para não
dizerem que fiquei démodé, melhor aproveitar o embalo e falar das “primeiras impressões”,
afinal, são as que ficam não é mesmo?
Num cenário político de faroeste,
Cachoeiro segue rumo ao outubro eletivo para, mais uma vez, exercitar a boa e
velha democracia, que é atividade saudável, recomendada pelos mais bem
conceituados entendidos no assunto, mas que, infelizmente, desde que na Grécia
alguém teve esta brilhante ideia, jamais funcionou cem por cento... Admitamos:
o que funciona cem por cento neste Brasil de Cachoeira (eu escrevi CachoeirA e não CachoeirO..!), Demóstenes e companhia
Delta Ltda.? O que tem acontecido é que o povo, o santo povo de Deus, perdeu a
confiança (algum dia teve?) e não mais dá credibilidade política a quem quer
que seja (e que se diga candidato!).
Repudiar esse (desconfiado)
posicionamento pouco satisfatório? Sinceramente... Não! Anos e anos de
promessas (que não deveriam ter sido feitas) não cumpridas, de corrupção que se
assemelha à Maria Fumaça (a todo vapor) e dinheiro público sendo embolsado e
gasto com despesas que vão muito além da cesta básica... Como não se mostrar
compreensível e admitir que a desconfiança esteja na frente nesse duro páreo de
saber quem não tem medo do lobo mau ou quem não está apenas esperando
oportunidade para devorar a vovozinha (no melhor, se é que existe, sentido da
palavra?!)? Acontece que todos já nascem culpados e a presunção de inocência, o
in dubio pro reo, simplesmente se
inverte. Não há inocentes! A regra é que todos são culpados até que se prove o
contrário!

Mudando o que é preciso ser mudado,
conhecer (seu candidato) e votar (consciente) é só começar! Que sejam todos
culpados agora, mas que, provado o oposto, dê-se liberdade aos réus e
absolvição de seus (mesmo que não cometidos) crimes.
(Valquiria Rigon Volpato - Advogada e Membro efetivo da Academia Cachoeirense de Letras)
Valquíria, parabéns pelo belíssimo texto, primeiramente. Muito bem articulado: coerente, claro, conciso e 'gostoso' de ler! Por conseguinte, esbanjou sensatez em seus argumentos e expôs a pura verdade (se é que existe a verdade impura, né, minha amiga?).
ResponderExcluirAbração, adorei o escrito!
Rodrigo Davel
P.s.: Posso divulgar o texto e utilizá-lo em sala de aula? Os créditos, claro (!), serão dados.