“Não gosto de política, Deus me livre!”
Não sou muito favorável àquela antiga fala “não gosto de política, Deus me livre!”, que não raro escutamos por aí. Quem não tem afinidade com política, normalmente, recusa-se até a opinar sobre o assunto, num total “deixa isso pra lá e vamos falar de futebol”. Uma pena, porque talvez muito do que hoje é objeto do desgosto de tantos, poderia (quem sabe) ser, ainda que minimamente, distinto do que é. Se me perguntarem: Valquiria, você gosta de política? Minha resposta virá nestes termos: Gostar não é o melhor verbo para se empregar à pergunta, muito menos à resposta. O caso não pede um gostar puro e simplesmente, mas sim um dever; o exercício diário do não se furtar ao assunto, não se permitir escapar da reflexão, ainda que custosa, sobre todas as mazelas vividas ao longo da história, do não descartar convites que solicitam a participação, do não desistir das possíveis realizações e das necessárias mudanças; do não conhecer e do não se privar de ser cidadão. Criticar por criticar ...