No início da semana fiquei sabendo de
fato entristecedor, que aconteceu (e acontece) nos arredores da igreja Nosso
Senhor dos Passos, a Matriz Velha, como muitos ainda chamam. Disseram-me que,
no final da tarde de terça-feira, vários adolescentes, em sua maioria
estudantes do colégio Liceu Muniz Freire, aglomeraram-se para assistir uma suposta
briga de meninas, num verdadeiro tumulto às portas da igreja. Ainda segundo
informações, funcionários da igreja ficaram amedrontados, vez que os jovens se
portavam de maneira agressiva e impediam até mesmo a entrada na igreja. Mas
este não foi o pior dos acontecimentos.
No intuito de dispersar os espectadores
da briga e também aqueles envolvidos diretamente nela, uma senhora que, por
questões de segurança não citarei o nome, ligou para a polícia e informou o que
estava acontecendo, mas, infelizmente, foi neste momento que o abominável ocorreu.
Um dos jovens avançou em direção à senhora e, brutalmente, agrediu-a,
derrubou-a e aproveitando-se daquela situação de completa impossibilidade de
defesa, desferiu chutes contra ela, permanecendo desta forma até que outros
chegassem a seu socorro.
Não há como dar título a atitude bárbara
cometida pelo jovem, que chegou a pronunciar a seguinte frase antes de atacar
aquela mulher: “aqui dedo duro não tem
vez”. Enquanto lhes narro os fatos, a todo instante, tenho a nítida
impressão de que o ocorrido não pode ser real; ficção é o que parece. Como
aceitar que a juventude haja de maneira tão bestial, com comportamentos tão
degradantes como estes? Justificativas não calham, pois se torna inadmissível
justificar o injustificável.
O tipo de aglomeração vista na tarde do
dia 12 de março é problema antigo nas proximidades da igreja, que, por ser
igreja, não permanece fechada, mas acaba por enfrentar os riscos do péssimo
comportamento da maioria dos adolescentes frequentadores das imediações. Outros
casos como assaltos e vandalismo foram-me narrados, mas, até então, nenhum
deles se compara ao horror que aquela mulher viveu.
Em 2013 a Campanha da Fraternidade traz
como tema “Fraternidade e Juventude”, num verdadeiro empenho para resgatar os
jovens e apontar-lhes direções para uma vida de santidade, que não significa
ser santo ao pé da letra, mas sim buscar a retidão na construção de seus lares.
Vislumbrar a mensagem emitida pela igreja e compará-la aos atos maldosos
descritos nesta narrativa mostra que é preciso, in verdade, não esmorecer,
porque muito há de ser feito.
A Paróquia Nosso Senhor dos Passos,
referência da triste cena, recebeu na última sexta, 15, seu novo Pároco, o Pe.
Evaldo Praça Ferreira; o mundo, no dia 13 de março, recebeu a notícia de um
novo Papa, Francisco, e Cachoeiro? Quando receberá a notícia de que casos tão
lastimáveis deixaram de existir? Dias após o ocorrido, espera-se que não fique
impune. Autoridades reúnam-se! Não se pode, sob hipótese alguma, permitir que
este tipo de relato tome conta dos jornais da cidade. É vergonhoso, é
reprovável. É passível de correção. Pra já.
(Valquiria Rigon Volpato - Advogada e Escritora)
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