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Mostrando postagens de 2017

Falando a verdade

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No último Domingo, exercitando o “moderno” hábito de “navegar” pelas redes sociais, encontrei o perfil de Fernanda De La Corte, no Instagram. Num primeiro momento, chamou minha atenção a foto em que Fernanda mostrava o sorriso de um lado e o choro do outro; li sua postagem, curiosa para entender o que havia. Minutos depois, tornei-me sua “seguidora” e então lia seus posts com maior avidez. A moça, tão bonita, descreveu em sua bio, estar em tratamento para superar a bulimia, o comer seguido da necessidade do vômito e a compulsão por comida; um choque acompanhado de solidariedade e dor invadiram meu coração. Não sei quem é Fernanda, não frequento sua casa, nunca tomei um café com ela, não tive a oportunidade da conversa, das saídas e quem sabe até de ter sido sua vizinha e ter brincado com ela na infância. Nada disso. Não sei quem é Fernanda, mas, de alguma forma, senti sua dor, a angústia permeada pela culpa, o medo escorado no desespero e as inúmeras tentativas de fuga; fugir dali, ...

(In) certezas

Se digo Se calo Se quero Se não Se tenho Se deixo Se vou Se volto Se amo Se odeio Se eu Se eles Se vivo Se morro Se sonho Se... E...  Se tudo? Se é absurdo? Se quase? Quase? Nada... Valquiria Rigon Volpato 24 de junho de 2017

Fugaz

Desejo, Lampejo, Piscar de olhos.  Havia vontade, Portanto, querer. Era tanto, Tão forte, Por que? Sem resposta, Não importa.  Deixa viver.  Querer é pouco, Faz-me louco... E daí? Permita acontecer... Vida é hoje. Agora é já.  Pressa? Tenho.  Medo? Também.  Ser humano? Sim. Até a morte... amém! Valquiria Rigon Volpato 03 de junho de 2017

Percepção

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...foi quando reparei que havia, naquele canto que julgava ser "qualquer", um amontoado de silêncios, incrivelmente, perturbadores. Como não os tinha notado antes? Talvez houvesse palavras demais fazendo barulho. Valquiria Rigon Volpato 28 de maio de 2017.

Estou indo embora

No mais? Estou indo embora...  Ser quem ainda não fui,  Viver como ainda não consegui,  Conquistar o que pretendia e não alcancei. Estou indo embora... embora daqui,  Do comodismo, da mesmice. Estou indo embora, Deixando para trás o eu de antes A vida como ela era... Embora do que não é diferente. Indo daquilo que faz mal. Partindo do que não enriquece, não enobrece.  Estou... Indo... embora... O aceno final não é para outro alguém que fica Mas para mim mesmo.  Eu fico.  Eu vou.  Aquele antigo não serve mais. Encolheu. O novo está por vir Só queria dizer "tchau" para as amarras E dizer "olá" para o amanhã.  Nunca é tarde para regar esperanças... Lembranças são do que passou. Sonho mesmo é com o que virá.... Valquiria Rigon Volpato 27 de maio de 2017

O doce perfume da infância

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... descobri que gosto do cheiro do leite. Por duas vezes me surpreendi retirando a caneca de louça do microondas e respirando o aroma do leite quente. O cheiro do leite puro, quente, causou-me sensação boa, conforto, talvez até um gosto de infância. Usando das permissões diárias, aquelas nem tão úteis que damos a nós mesmos, contudo necessárias, permiti-me viver e apreciar alguns minutos contemplativos, dedicados ao leite. Refleti momentos de vida em que ele foi protagonista... Minha mãe não foi daquelas que praticou o desmame. Resistiu firme e me permitiu mamar até os três anos! Mamava de pé. Nem sei se ela ainda tinha leite para me oferecer... Hoje sei que deveria ter dado descanso a ela, tadinha, mas também serei eternamente grata por ter me permitido experimentar o amor em forma de leite por tanto tempo... Quando criança, morando na roça, lembro-me de que todos os dias havia leite sobre a mesa; era leite fresco, recém ordenhado, que vinha num galãozinho metálico. Papai o...

Asas do coração

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Amo a liberdade. Não há prisão para quem se permite voar! Saúdo os pássaros no céu; Um salve à minha ave interior. Sobre minhas asas, Não nasci com elas... Mas cresceram em mim; Nasceram de dentro... Do coração. Abro asas e sorrisos. Canto mesmo sem saber. Substituí meu nome; Agora sou sensação... Sou emoção... Sou "deixar"... sou "acontecer". Valquiria Rigon Volpato 24 de abril de 2017

Além das obviedades (análise)

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Passeando pelas redes sociais durante o feriado de Páscoa, chamou atenção a matéria abaixo. Não me atrai o óbvio; assim, prefiro observar aquilo que está nas entrelinhas... http://www.revistaforum.com.br/2017/04/12/facebook-que-quer-coibir-noticias-falsas-nao-ve-problema-em-venda-de-camiseta-com-lula-degolado/ Existe sempre um contraponto, uma outra versão, outra visão... depende de quem observa; tudo depende, também, da vista do ponto. Se me fosse permitida a opinião, diria: mártir! A imagem é violenta? Sim. Uma cabeça arrancada de seu tronco, de fato, é agressiva, contudo, por entender que nem tudo é o que parece e buscar nisso o não imediato, não habitual, percebo que, assim como na história bíblica (de João Batista), a cabeça de Lula é ofertada (injustamente?) numa camiseta (bandeja) que não é de prata, mas que, consideradas as modernidades, são quase a mesma coisa. Dizer que a imagem é incitação à violência me parece muito óbvio e as obviedades podem não traduzir t...

Esqueceram. Esqueci. Deduziram.

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Esqueceram de perguntar se eu tinha sede. Esqueceram de perguntar se eu tinha fome. Esqueceram de perguntar se eu havia dormido. Esqueceram de perguntar se eu sentia frio. Esqueceram de perguntar sobre minhas vontades. Esqueceram de perguntar se eu queria viver (a vida que prepararam para mim). Esqueceram de me perguntar... ...tanto, que esqueci de dizer. Não disse se tinha sede, fome, sono ou frio. Esqueci de dizer quais eram minhas vontades... Esqueci de dizer qual a vida que eu quis. Esqueci... e, então... Deduziram que eu tivesse sede (e tinha?). Fome (e tinha?). Sono (e tinha?). Frio (e tinha?). Deduziram que eu tivesse vontades (e tinha?). Deduziram que eu tivesse vida... (e tinha?). Esqueceram. Esqueci. Deduziram... Valquiria Rigon Volpato 11 de abril de 2017.

150 anos de emancipação política de Cachoeiro de Itapemirim - Carta de 1867

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Vila do Cachoeiro de Itapemirim – ES, 25 de março de 1867. Querido amigo, Os anos estão passando depressa, já não me recordo da última vez que estive contigo, espero que a distância em nada tenha abalado nossa amizade. Tenho novidades para contar e dividir contigo sempre foi uma de minhas grandes alegrias, bem sabes disso. Sinto que a vida está mudando por aqui... A Freguesia de São Pedro do Cachoeiro de Itapemirim agora é Vila do Cachoeiro de Itapemirim, isso significa que estamos crescendo, não é mesmo? Quem poderia imaginar que o pequenino povoado arraigado às margens do Rio Itapemirim viesse a ganhar novos contornos? Tenho refletido sobre os fatos e, apesar de não ser comum ou valorizado que uma moça se impressione com algo mais que não sejam os afazeres cotidianos, de ti jamais escondi meu interesse por assuntos políticos. Entre nós nunca houve segredos! Esta terra, recentemente descoberta, um modesto povoado crescido junto às “caxoeiras” do rio, cach...