"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa:"Eu sou lá de Cachoeiro..."

(Rubem Braga)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Agroecologia: sinônimo de qualidade de vida


Na última semana Cachoeiro abriu suas portas para sediar o II Seminário Estadual de Agroecologia, que ocorreu nos dias 13 e 14. A iniciativa do Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca – SEAG, em parceria com outros órgãos que visam desenvolver e criar políticas de sustentabilidade para a vida agrícola, foi amplamente encampado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural – SEMDER, coordenada pelo Secretário José Arcanjo Nunes, e também pelo INCAPER.
Com público que superou expectativas atingindo número de aproximadamente quatrocentos participantes, o Seminário Estadual, que é itinerante, foi marcado pelo sucesso, graças à realização de um bom trabalho. Produtores rurais, jovens de Escolas da Família Agrícola – EFA de Cachoeiro, Castelo, Mimoso e Iconha, autoridades estaduais e municipais, dentre outros, puderam interagir e aprender um pouco mais sobre a Agroecologia que, basicamente, consiste em uma proposta alternativa de agricultura familiar socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável; uma ciência integradora que agrega conhecimentos de outras ciências, levando em consideração a prática empírica proveniente das experiências de agricultores familiares que vivenciam outra cultura, em outras regiões.

O primeiro dia de trabalhos foi encerrado com apresentações culturais. Merecem aplausos o “Boi Pintadinho” de Muqui, a viola dos seresteiros de Jerônimo Monteiro, o sertanejo universitário de Gabriel & Edivando (meninos de Vargem Alta) e a surpresa da noite que ficou por conta da participação internacional do cantor e compositor Reinier Valdés e da artista plástica Adela Figueroa, cubanos, que estiveram no sul do Estado a fim de participarem do circuito cultural “Arte entre povos”, realizado pelo IFF de Itaperuna em parceria com a Associação José Martí de Aré – RJ.

Para que não passe em branco, vale dizer que Cachoeiro não faz parte do circuito cultural “Arte entre povos”, entretanto nada impede que no próximo ano integre os municípios que recepcionam as tão diversificadas apresentações culturais. O Prefeito, que também prestigiou o Seminário, pôde observar a qualidade artística de todos que fizeram seu show, porém, cito especialmente Reinier e Adela, porque não estavam incluídos na programação e Cachoeiro os “ganhou de brinde”. Havendo interesse, no próximo ano, a cultura local poderá ser acrescida por mais este adjetivo, com apresentações, quem sabe, em praça pública, onde todos terão a chance de conhecer e interagir com a musicalidade e a arte de nossos irmãos cubanos. Fica a dica!

A busca por sustentabilidade há muito deixou de ser utópica. Pequenas ações cotidianas fazem toda a diferença. Exemplo de ação que fez a diferença foi dado durante o Seminário com a preocupação de substituir os famosos copos descartáveis por canecas de louça. Cada participante recebeu sua caneca e a missão de zelar por ela, evitando-se, assim, que centenas de copinhos plásticos fossem, literalmente, descartados.

O saldo (positivo) do II Seminário Estadual de Agroecologia pôde ser notado com satisfação nas palavras da Subsecretária de Agrodesenvolvimento Municipal, Edlene Barros. Enfatizando a importância da Agroecologia como contexto de qualidade de vida, Edlene mostrou preocupação em criar e expandir políticas para o homem do campo; incentivos para a produção de alimentos livres de agrotóxicos, além de maior geração de renda que aqueça e impulsione a “vida agrícola”.

É gratificante saber que Cachoeiro está entre municípios que incentivam a agroecologia como estilo de vida, como sinônimo de qualidade que começa no campo e que, em seu percurso, tem o objetivo de tornar o cotidiano mais saudável e, principalmente, sustentável. Que assim permaneça; que assim continue!

Um comentário:

  1. É preciso um tanto de inteligência para notar que não necessitamos de objetos supérfulos, o qual nos obriga a trabalhar muito para consegui-los, prefiro o pensamento filosófico "Consuma menos, trabalhe menos!".

    Onde já se viu, num esquema de agricultura familiar, os filhos passarem fome?! Quem planta, colhe! Leite, legumes,verduras e todo tipo de carne é sempre uma fartura para o homem do campo. Poucas coisas precisam ser conseguidas fora.

    Em países desenvolvidos (de verdade), não é necessário a migração para a cidade, pois eles têm internet, TV, escolas e tudo mais que existe em qualquer cidade. Agora tente imaginar... onde a qualidade de vida é melhor?

    ResponderExcluir