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Mostrando postagens de 2012

Intere$$es demais, participação de menos...

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Nos últimos meses a questão Itabira vem se resolvendo. Com reuniões periódicas do conselho municipal, estudos de campo e muita, mas muita reclamação e polêmica envolvida, a área do Monumento Natural (que, diga-se de passagem, e propositalmente, é BEM DE TODOS, por isso deve ser preservada por todos) começa a se delinear. Antigas e imotivadas medidas estão às vésperas de serem substituídas; “estudos” feitos em livros e resultados obtidos em “gabinete”, uma vez dimensionaram áreas de preservação (no entorno do Itabira, bem como a chamada zona de amortecimento) com toques nada sutis de interesses alheios. Uma vexaminosa forma de agradar e ser agradado, coisa que considero, abertamente, repulsiva! Fato é que tenho observado e acompanhado as reuniões que posso e da mesma forma tenho tentado repassar informações aos que ainda desconhecem o processo pelo qual está passando a região do Itabira, mas a conclusão que chego é que muitos jamais tiveram real interesse, interesse refletido e...

Cem anos com e sem Rubem Braga

Cem anos se passaram e “parece que foi ontem”, como uma vez disse Sérgio Garschagen, que às “laranjeiras” apareceu o Sabiá... Em 12 de janeiro de 1913 nascia, de Cachoeiro de Itapemirim para o mundo, Rubem Braga, considerado o melhor cronista do Brasil, que despertou encanto por ser único (como somente ele era) na arte de transformar o cotidiano em história poética, um verdadeiro lirismo no dia a dia, fazendo com que até a tristeza, por mais triste que estivesse, convertesse-se em ternura, num gesto de reconhecimento ao talento de quem, com maestria, brincava de escrever. “ Eis o segredo de Rubem Braga: o de pôr nas suas crônicas a inefável poesia que Deus lhe deu ” (Manuel Bandeira). Rubem Braga é aquele tipo de cidadão universal. Em sua biografia acumula feitos que atravessaram oceanos. O cachoeirense, nascido na casa, a Casa dos Braga, na Rua Vinte e Cinco de Março, saiu de sua cidade ainda jovem, no entanto jamais a deixou para trás. Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Minas ...

De que tipo você é?

Sou do tipo que espera o sinal ficar verde (para pedestres) quando preciso atravessar a rua; do tipo que procura faixas (quando não há sinalização) e do tipo que olha duas vezes para o lado antes de me submeter ao “fogo cruzado” de carros; do tipo que agradece se algum motorista, gentilmente, para e permite que eu atravesse a rua; do tipo que prefere “perder” alguns minutos entre o “vermelho e o verde” do que perder a educação... e a vida... Sou do tipo que deseja “bom dia”, ainda que o sol não tenha saído, esteja chovendo e fazendo frio; do tipo que responde “graças a Deus” quando alguém pergunta: “Tudo bem?”; do tipo que reclama, mas, especialmente, do tipo que agradece e busca ver o lado mais bonito, ainda que a flor esteja seca, caída no chão. Sou do tipo que gosta de caminhar só pelo prazer de observar o que há pelo caminho; do tipo que respira fundo, porque entende que respirar é vida e vida a gente não desperdiça! Sou do tipo que reza, pede a Deus para que ajude a resolve...

Vale a pena NÃO desistir

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Na última terça, 30, fui convidada pelas professoras Sayonara e Regina para estar na Escola Estadual Zacheu Moreira da Fraga, em Soturno, com o objetivo de falar, resumidamente, sobre Literatura Feminina. Senti-me honrada por ter tido a oportunidade de dispor de algumas horas para falar sobre literatura e por, especialmente, estar próxima aos alunos e receber deles tamanha receptividade. Alunos da 3ª, 4ª, 7ª e 8ª séries tiveram seu momento literário. Os da 3ª e 4ª, com tempo resumido, chance apenas para um modesto bate-papo, mas o suficiente para se mostrarem interessados pela leitura e escrita. A professora Sayonara, que leciona Língua Portuguesa / Literatura, é grande incentivadora das turmas e cultiva atividades relacionadas à construção textual criativa que, inclusive, pelo que fiquei sabendo, em breve será transformada em livreto de autoria de cada aluno, mais especificamente os da 4ª série. Vale destacar, ainda, que sob a coordenação da professora Sayonara, os alunos são r...

De volta para minha “casa”

Passados três longos meses sem publicações, finalmente, a boa filha a casa retorna! Em julho deste ano fiz minha última publicação antes de iniciar, de verdade, o período eleitoral. Gostaria de ter continuado a escrever, mesmo em campanha, mas eu estava num “jogo” e parar de publicar era uma das regras, e como não me sinto a vontade transgredindo regras, preferi me manter em silêncio... Mas que silêncio doloroso foi esse! Enquanto estive longe, deixei de expor aqui diversas situações, as mesmas que jamais teriam passado em branco em outras épocas. Vi e ouvi coisas que mereciam serem escritas, compartilhadas e amplamente discutidas, mas eu não podia... Agora posso! (Falando nisso, durante a campanha eleitoral, fui aconselhada a não expor meus artigos no jornal. É compreensível, pois as alegações de propaganda irregular estavam à solta. Entretanto, sem fazer qualquer crítica neste primeiro momento, pergunto: qual seria a irregularidade em manter minhas opiniões no jornal, tendo em...

Discurso de posse - Academia Cachoeirense de Letras

Excelentíssimo Senhor Presidente desta Academia de Letras, Doutor Solimar Soares da Silva, Pai, Mãe, demais parentes e amigos presentes. No ano em que a Academia Cachoeirense de Letras comemora seu Jubileu de Ouro, sinto-me presenteada por passar a fazer parte destes 50 anos de História, de homenagens prestadas a tantos homens e mulheres que mantêm viva sua obra no intuito de dar seguimento à preservação cultural e literária de nossa cidade, para que jamais se perca a essência intelectual, a sabedoria de nossa gente. Hoje, 17 de agosto de 2012, minha história se cruza com a história desta academia de letras; hoje, minha contribuição para a preservação e continuidade da cultura literária da cidade de Cachoeiro de Itapemirim ganha novas vestes e passa, oficialmente, a ter registro histórico. Não costumo dizer que a conquista é minha, que os méritos são meus; atribuo a conquista a elas, às palavras que me acompanham desde muito tempo. Sinto-me honrada, pois a partir d...

Culpados até que se prove o contrário

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E tem como escrever sobre algo que não seja Eleições 2012? Claro que tem! Mas o assunto está em voga e para não dizerem que fiquei démodé, melhor aproveitar o embalo e falar das “primeiras impressões”, afinal, são as que ficam não é mesmo? Num cenário político de faroeste, Cachoeiro segue rumo ao outubro eletivo para, mais uma vez, exercitar a boa e velha democracia, que é atividade saudável, recomendada pelos mais bem conceituados entendidos no assunto, mas que, infelizmente, desde que na Grécia alguém teve esta brilhante ideia, jamais funcionou cem por cento... Admitamos: o que funciona cem por cento neste Brasil de Cachoeira (eu escrevi Cachoeir A e não Cachoeir O ..!), Demóstenes e companhia Delta Ltda.? O que tem acontecido é que o povo, o santo povo de Deus, perdeu a confiança (algum dia teve?) e não mais dá credibilidade política a quem quer que seja (e que se diga candidato!). Repudiar esse (desconfiado) posicionamento pouco satisfatório? Sinceramente... Não! Anos e...

Verdadeiros laços permanecem...

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Dia 29 de junho de 2012, Cachoeiro de Itapemirim, a Princesinha do Sul, comemorou mais um aniversário. Acordei cedo e deixei para trás minha cidade, mesmo em festa, mas a deixei para, também, celebrar outro aniversário, só que de casamento! Atendendo ao gentil convite de amigos que acabei de conhecer (amigos que não foram fruto da convivência, mas da instantânea identificação), alcei vôo até a cidade de Marília, em São Paulo, para ser testemunha da renovação de seus votos matrimoniais: 25 anos! O Jubileu de Prata de Paulo Pereira da Silva e Tânia Mara Medeiros Simões Pereira, cachoeirenses “ausentes”, merecem nossas homenagens, assim como Cachoeiro. Ao chegar à cidade de Marília, mais precisamente na casa dos amigos que tão bem me receberam, emocionou-me o “presente escrito” que a irmã de Tânia, que é professora, cachoeirense, entregou ao casal. Yerecê Regina Medeiros Simões Chiesea, disse assim: “Não somos amados por sermos bons; somos bons por sermos amados. Existem pessoa...

De repente...

Acontece assim mesmo: Ideia pronta, tema definido, tudo certo... Será?! Feliz aquele que está apto a receber o “de repente”, esse acaso que muda (e nos muda) por inteiro. Escrever é metamorfose e, também, metamorfosear. Transformação de si mesmo, algo como Raul (o Seixas) disse naquela canção: “ Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo ”. E como tinha razão aquele moço! Viver daquela enferrujada visão, dificultando o mover das engrenagens, estreitando horizontes, morrendo em um universo miúdo e pobre. Não! Nada de contentar-se com o que está pronto, porque nossas verdades são como placas tectônicas, sempre em movimento, em processo de formação. Vez ou outra se chocam, esbarram-se comprimindo umas às outras, causam grandes abalos, desmoronam casas aparentemente sólidas, mudam coisas de lugar... Destroem, provocam dor, sofrimento, mas o ponto crucial desse encontro de placas é que, após toda a desordem e destruição causadas p...

Da “Criogenia” para a ressurreição?

Na última sexta, 15, o portal de notícias do G1 lançou matéria sobre possível caso de “criogenia”. Resumidamente, a reportagem dava conta de que o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu a favor de filha que deseja enviar o corpo do pai para os EUA, a fim de que lá possa ser “congelado” e preservado a baixíssimas temperaturas até que, em momento futuro, possa ser reanimado (ou não?!), isto é, trazido novamente à vida. O embate judicial se dá face às outras duas irmãs, que querem ver o corpo do pai devidamente sepultado no cemitério de Canoas, cidade onde vivem. A filha, vitoriosa até então, já gastou aproximadamente 95 mil reais para cumprir com o que ela chama de “atendimento ao pedido de seu falecido pai” (enquanto estava vivo, claro!), que versava justamente sobre a possibilidade do congelamento. Inegavelmente, estamos vivendo “tempos modernos”! Antes de adentrar a polêmica do assunto, cabe dizer que o termo correto a ser utilizado para determinar a preservação a bai...

Meu pão, seu café

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Para quem gosta de observar detalhes e aprecia aquela “síntese do cotidiano”, qualquer pingo é letra, qualquer risada é crônica e uma frase inesperada se transforma em título para uma composição, assim, como esta! Sou do tipo que observa o simples, que encontra nas “pequenezas” as grandezas, que até nos trocadilhos se inspira para rimar. E isso faz bem. Ao menos a mim faz. O ano, que não está mais começando, porque junho já nos deu as boas vindas, é eleitoral. Cachoeiro não é um grande centro, mas é a maior cidade do sul do estado e a contraposição que isso nos causa é muito interessante. Para os mais chegados, costumo dizer que Cachoeiro se recusa a assumir sua maioridade. Ainda existe em nós muito daquela sensação de encontrar todos os dias, inevitavelmente, alguém para dizer “oi”; bucolismo de cidade miudinha do interior, que não condeno, muito pelo contrário, gosto. Sinto-me em casa. Mas o “causo” não é esse! Numa pequena grande cidade como Cacheiro, a movimentação e esp...

"Carpinejando"

“Conheci” Fabrício Carpinejar na IV Bienal Rubem Braga. Já havia lido alguma coisa de sua obra antes, mas, devo admitir que vê-lo e ouvi-lo foi além da leitura silenciosa que costumo desenvolver; meus olhos e ouvidos o leram! Das falas divertidas, verdadeiras e nada medidas que usou para expressar seu ponto escritor-pessoa de vista, não houve descarte, aproveitei-as todas e, sem medo, tornei-me “mosquito transmissor” de sua ideologia literária. A abolitio dos pré-conceitos: eis aí o ensinamento! O hoje escritor, que palestra pelo Brasil, mostrou-se um menino “nada convencional”, sem o estereotipo social aceitável. Sem belos olhos azuis ou corpo esculpido, escultural, o “aspirador de pó”, como revelou ter sido rotulado na infância, transformou-se em “expirador de letras”, anunciador de sua própria “desincasulação” através das palavras. Era lagarta; agora, borboleta (e aposto que é borboleta amarela, aquela, de Rubem, que fugiu). Voa! Ser atraída por Carpinejar não foi privil...

IV Bienal Rubem Braga

O tempo não para e passa, aparentemente, cada vez mais rápido. Até “outro dia” estávamos às vésperas da primeira Bienal Rubem Braga, realizada no Pavilhão de Eventos da Ilha da Luz, um momento e um movimento ainda não tão difundidos, pessoas curiosas, duvidosas. Que história seria essa, contada através de bienais? Mais uma feira do livro? Aos poucos, com experiência de anos passados, a Bienal Rubem Braga, finalmente começa a ser entendida como um “tributo” à literatura, vez que aqui, em Cachoeiro de Itapemirim, terra de Rei e Sabiá, não poderia deixar de existir uma festa que rendesse homenagem às palavras, tão bem tratadas pelas pontas das canetas e dos dedos daqueles que por nome e sobrenome dão título à Bienal. O certo é que o evento literário que está para começar no próximo dia 15, nas dependências da Praça Jerônimo Monteiro, que, convenhamos, ganhou muito mais amplitude e foco depois que mudou de “território”, dará abrigo não só àqueles consagrados pela história, mas t...

Que se dane o individualismo

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Ano após ano, sempre discutindo as mesmas questões, os mesmos impasses, as mesmas coisas... a mesmice! É assim que vive o Itabira: na mesmice. Hipocrisias muito a parte, pois não as suporto, veja-se há quanto tempo padece a região do Itabira sem destino certo? O que muito se viu até hoje foram “interesses”, manobras para se atingir o bem individual. Já ouvi dizer inúmeras vezes que trabalhar em prol da coletividade é algo utópico e, neste ponto, peço licença ao leitor para, de um modo menos delicado, externar meu repúdio quanto a este pensamento. Desde que o mundo é mundo temos vivido em sociedade, inegavelmente somos coletivo e todas as normas expressas em lei, por exemplo, foram criadas para ordenar a convivência social. Nós ditamos as regras, nós convencionamos que teríamos representantes, nós... E como pode ser que pensar no coletivo tenha se transformado em utopia? Discordo e não aceito este pensamento. A unidade de conservação ambiental – Itabira – hoje sob a nomenclat...

Cachoeiro, quem te ama torce para dar certo!

O tema “coleta seletiva do lixo e reciclagem” dificilmente entrará no rol dos assuntos “démodés”. Por certo, as questões relacionadas à preservação do meio ambiente, cada vez mais em voga, vêm atender os apelos de uma pequena parcela da sociedade que começa a enxergar os rombos causados pela alta interferência do homem na natureza, explorando irregularmente seus recursos e devolvendo a ela suas imundices. Mundo afora são muitas as deficiências no saneamento, na manutenção de ambientes saudáveis, no descarte consciente do lixo e especialmente em seu reaproveitamento, isto é, reciclagem. Crimes ambientais são cometidos todos os dias, no entanto o mais grave entre todos é executado pela inexistente responsabilidade individual, que não deveria de modo algum ter de ser cobrada, mas sim deveria fluir, tal como os afluentes de rios e córregos que, ao contrário do que lhes é natural, estão sendo soterrados pela covardia humana, agonizando na luta pela sobrevivência. O quadro de desc...