"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa:"Eu sou lá de Cachoeiro..."

(Rubem Braga)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Moça

Moça não me olhe assim, não faça isso comigo,
Porque não sabes o amor em brasa que trago em meu peito,
E quão pulsante é o sangue que corre em minhas veias cada vez que a vejo.

O que tenho a dizer é apenas isso, do amor que sinto,
Do sentimento que já não posso esconder.
Só peço, moça, que não o desdenhe,
Pois não serei capaz de compreender.

Se escolhi dizer,
É porque não quero o sofrer em silêncio (em silêncio).
Sou feito de impulsos e agora o que quero,
É aventurar-me em teus cabelos.

Quero para sempre esse teu riso longo,
Ainda que brevemente (pela vida inteira).
Quero aquecê-la em meus braços (em meus abraços),
Deitada em meu peito, adormecê-la com um beijo.

Ah, bela moça, não me olhe assim.
Não faça isso comigo.
Porque no teu olhar me perco,
Mas em teus braços... me encontro (para sempre).

Valquiria Rigon Volpato

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