"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa:"Eu sou lá de Cachoeiro..."

(Rubem Braga)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Se política fosse igual ao futebol...

As semifinais da Taça Guanabara surpreenderam alguns torcedores. Primeiro foi a vitória angustiante do Vasco contra o Fluminense; o jogo terminou quando o batedor do Flu, de tão boa vontade, acertou o travessão: Era o Vasco na final. Depois, na última quarta, Botafogo e Flamengo queriam uma vaga contra o Vasco. Jogo bom, muita participação da torcida e... deu Botafogo. Finalzinho do segundo tempo, um desvio, um gol e já não dava mais para o Mengão. Também na quarta, teve rodada complicada do Paulistão (principalmente para o técnico Muricy Ramalho, ex Palmeiras, porque a demissão foi o que lhe deram de recompensa pela derrota do time: Palmeiras 1 x 4 São Caetano).

Mas futebol é assim mesmo, cheio de surpresas e, favoritismo, definitivamente não existe. O troca-troca de técnicos é uma prática normal entre os clubes: treinador que vai mal não ganha jogo, não agrada a torcida, não agrada aos dirigentes e, sem dó, é demitido / substituído. Ninguém quer ver seu time perder e, ainda que a culpa não seja diretamente do técnico, ele se torna o maior responsável. Diz o velho ditado que: “Em time que está ganhando não se mexe”. Contudo, em time que está perdendo, as mudanças são prioridades.

Outro ditado diz que: “Política, futebol e religião não se discutem”. Está certo. Por isso (hoje) não vou discutir. Basta-me traçar um paralelo. Se política fosse igual ao futebol, imagine quantos administradores teríamos em um mandato?! Em pouco mais de um ano o Palmeiras teve três técnicos. Isso quer dizer que, em quatro anos de mandato, teríamos doze novos representantes (sem contar com o time do legislativo). O problemazinho chato da política é que, ao contrário do que acontece no futebol, a torcida costuma não se manifestar, e aí, parece que o “time do executivo” está agradando (mesmo que não ganhe uma partida há muito tempo ou sequer empate um jogo). Segue, assim, o jejum de títulos; o time fica apático, e quando aparece na mídia, certamente, é porque lá vem notícia ruim (os jornais agradecem).

Manter-se na liderança não é tarefa fácil. É preciso muita concentração, colaboração e sintonia entre os jogadores e seu treinador. Um passo em falso pode ser fatal e o time pode passar de um extremo da tabela ao outro em apenas algumas rodadas. Se o legislativo e o executivo não estiverem em sintonia (passou da hora de resolver alguns problemas: ponte caindo daqui, rachid dali, cargos comissionados que não existem acolá... qual é?), trabalhando em conjunto, empenhados para que o time Sociedade Cidadã Cachoeirense vença, o que se verá é muita decepção e pouco aproveitamento. O clube não pode viver com medo do rebaixamento, porque se acontecer, infelizmente não adianta chorar...

(Valquiria Rigon Volpato - Advogada)

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